30 de abril de 2024
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EUZINHO / Uma homenagem à Tia Dodó e Costanza Pascolato e a lembrança de quando descobri Maria Boa

@augustobezerril

Ontem antes de dormir escrevi sobre eleição. Em tempo de cancelamento, lembrei Costanza Pascolato dizendo que políticos sempre vão nos decepcionar. Escrevi sobre como tentar ser civilizado em tempos de animosidade, optei por me censurar. O que parece ser pouco democrático. Pois acordei com várias chamadas e mensagens de mamãe no celular. Mamãe fala sobre Tia Dodó. Mamãe, como todo mundo, tem um carinho enorme por Tia Dodó. Eu adoro minhas tias, vocês sabem. E tenho carinho imenso por tia Dodó. Carinho, amor, amizade, bem-querer são coisas difíceis de explicar. Ocorre que eu lembro da geladeira e demais eletros vermelhos da casa de tia Dodó, quando ela morava bem próximo da famosa casa de Maria Boa. Sim, eu não tão criança soube que ali nos arredores da casa da minha tia existia um lugar de alegria em Natal. Se íamos para casa de tia Marli, certamente teríamos de pisar na calçada ou passar pela frente da casa de Maria Boa. Ouvi tia Dodó dizer que Maria Boa era muito educada e distinta. Não sei se minha tia teve realmente com a personagem icônica da história de Natal. Mas não duvido: tia Dodó vendia enxovais preciosamente bordados e roupas de grife do showroom do meu padrinho Maurílio e da minha tia e madrinha Marli. Aliás, tia Dodó bordava como ninguém. Posso dizer que não existiu no mundo ninguém como tia Dodó. Apesar de aprendido expressão como “Carne de tetéu” (carne dura e ruim) com tia Dodó, sei que ela tinha um carinho enorme comigo. Um carinho do modo que só ela sabia expressar. E todo mundo tentava decifrar e entendia. Daí o quanto tia Dodó é importante para todos nós. Assim como Tia Dodó, Costanza Pascolato tem muito vermelho na decoração da casa. Vai entender mulheres tão marcantes !!

Devo dizer que talvez ela (tia Dodó) me influenciou muito sobre gostar de casa, arquitetura e decoração. Para provar que sempre fomos sustentáveis, a toda troca de roupagem de móveis da casa de tia Dodó a família adquiria produtos de segunda mão. Levando-se em conta a primeira dona, era tudo lindamente escolhido e cuidado. Por aqui tem um sofá de palhinha comprado no vuco-vuco de luxo de tia Dodó. Lembro acompanhar cada rejunte e cada azulejo na obra capitaneada por Vadinho da casa comprada, como adorava dizer dizer tia Dodó, com o dinheiro do trabalho suado. A casa é linda. Parece casa de boneca. Aliás, o quarto de hospedes sempre tinha bonecas lindamente arrumadas. Carminha, minha irmã, achava um encanto. Não sei se por obra de tia Dodó, mas Carminha e Liliane tiveram uma Suzy e uma Mãezinha. Hoje eu me identifico mais com a decoração vermelha da primeira casa de Tia Dodó. Embora eu ache a coisa mais linda do planeta o estilo da casa da ladeira do Baldo, vizinho da igualmente linda casa onde tia Marli morou. E também da igualmente linda casa de Dona Neli, mãe da jornalista e amiga Vânia Marinho. Dona Neli era um luxo. E fazia licores maravilhosos. Tia Marli era divertida e até diz ter visto Brinquedo do Cão – o bandido mais famoso dos anos 1970. Anos depois, tia Dodó enfrentou um bandido na parada de ônibus e ainda andou numa viatura para capturar as joias. Quem duvida que ela conseguiu?

Gosto de lembrar tia Dodó feliz. Em dia de aniversário. Ouvindo Raça Negra Usando roupas e acessórios da moda. Até gosto de lembrar das tretas também. Amo lembrar tia Dodó e Ceição sentadas na varanda da casa de tia Marlene no bairro de Tirol. Tia Dodó comendo canjica feita por Margarete e Nenem. E quem conheceu tia Dodó sabe da frase “Mas menina, foi? ” e “Não quero saber e tenho raiva de quem sabe”. Certa tia Dodó. Tem coisa que é preferível não saber. E dá uma certa raiva, sim, de quem se ocupa do assunto. Troquei meu texto sobre eleição, por uma viagem no tempo até uma das mulheres mais marcantes das nossas vida. Todo mundo da família ama tia Dodó. Olhe que ela sempre frisou que não tenho o mesmo sobrenome dela. Confusão, te amo ! Obrigado meu Deus por ter a sorte de ter uma tia Margarida Costa. E ter carinho, como jornalista e profissional de moda, de Dona Costanza.

Euzinho

O texto foi originalmente escrito para o Facebook.

Foto acervo ABZ

2 thoughts on “EUZINHO / Uma homenagem à Tia Dodó e Costanza Pascolato e a lembrança de quando descobri Maria Boa

  • Lívia M. Bezerril Luz

    Amei o texto sobre tia Dodó💌

    Resposta

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