11 de maio de 2024
Turismo

Bismarck Maia traça perfil do novo secretário de Turismo

 

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Em entrevista exclusiva a esse jornalista, recentemente, em Fortaleza, o secretário de Turismo do Ceará, Bismarck Maia, mandou praticamente um recado aos secretários de Turismo que insistem na velha tecla do clientelismo e da espera de recursos oficiais.

“Uma secretaria de turismo não pode se limitar a distribuir panfleto de praia limpa, nem mandar seus técnicos à Europa fechar parceria com vôo charter, muito menos manter um departamento de captação de eventos. Isso é papel da iniciativa privada. O Estado tem, isto sim, que criar o ambiente favorável, a infra-estrutura básica, e não bancar tudo. As unidades executoras de políticas públicas precisam estar dentro do turismo, interligadas. Há muita preocupação em participar de feiras de turismo. Tudo bem, mas se não houver saneamento básico não tem porque vender o destino.”

O secretário defende com veemência uma nova relação entre o poder público e os empresários do setor. Para ele, os governos precisam ser menos centralizadores e mais participativos, com maior sensibilidade ambiental. Já o empresariado, em sua visão, não pode cobrar ações governamentais impertinentes. Com cargos públicos desde 1991 – diretor de órgão estadual de turismo e da Embratur, deputado federal e agora secretário -, Bismarck lembra que no Ceará houve uma época, não muito distante, onde promover turismo era preparar Fortaleza para a alta estação.

“A visão dos empresários era a seguinte: as duas altas temporadas têm que ser excelentes, pois garantem a rentabilidade para o ano todo. Era incrível a falta de foco. O Governo só fazia propaganda nos meses que antecediam a alta estação. Eram as chamadas balas de canhão. Ou seja: campanhas publicitárias em junho e em novembro, para garantir as temporadas. Fortaleza se maquiava para o verão e para julho. O negócio era lotar os hotéis e os restaurantes. Depois, nada mais acontecia”, comenta.

O Ceará teve em 2008, ainda de acordo com o secretário, o maior orçamento entre os estados do Brasil para divulgação e promoções: R$ 25 milhões. A verba será no mínimo igual este ano, garante. Sobre a questão dos charteres, ele é taxativo:

“Não podemos apoiar um vôo charter que vende uma semana em Fortaleza a 350 euros nos mercados de Portugal e na Itália. Esses passageiros podem vir para cá em busca de turismo sexual e esse visitante não nos interessa. É melhor fazer parcerias com a Tap, com a TACV, com a Delta, que voam regularmente para Fortaleza. Atualmente, por exemplo, estamos de olho em mercados como Varsóvia, Helsinque e Moscou, já que a Tap tem vôos destes destinos para Lisboa. Esses turistas, sim, interessam ao Ceará. Os russos, por exemplo, estão viajando muito, para destinos de longo percurso”, observa.

 

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