Dubai. Vale a pena?
O título é uma pergunta difícil. Vale a pena conhecer? claro. Mas não vale a pena voltar. Eu retornei a Dubai e mais uma vez não gostei muito. Havia na verdade passado apenas um dia em Dubai, há quatro anos, em conexão para a Jordânia. Fiz um city-tour pela cidade e elegi o melhor local: o interior do ônibus, bem climatizado. Era junho e os Emirados Árabes chegam a 50 graus no período. Horrível. Diria que impraticável.
Voltei há duas semanas a Dubai, pois em janeiro o clima é muito bom (22 a 25 graus). Passei apenas dois dias antes de pegar um cruzeiro pelo Golfo Pérsico. Não gostei lá essas coisas de novo, confesso. É muita freeway e muito cimento para meu modo provinciano de fazer turismo. Não rola a tal da química, embora tenha curtido bastante. Estava de férias. Relaxado. Tudo era legal!
Cumpri quase todos os roteiros. Dos passeios na velha Dubai, entre souks de ouro, mercado de especiarias e museus, a Jumeirah, onde ficam os resorts badalados e caríssimos que são a cara de Dubai. Só não subi no Burj al Kalifa, o maior prédio do mundo. Primeiro porque estavam esgotados os ingressos. Depois porque cada bilhete custa 500 dirrans, o que equivale a pouco mais de cem euros.
Mas é um destino interessante? É. Porém muito artificial, meio fake… Não é minha praia. Prefiro o inverno europeu com seu desfile medieval aos shoppings e arranha-céus de Dubai, que no entanto está bem preparada para duas ocasiões distintas: em breve, será cenário de uma novela da Globo, o que vai gerar mais brasileiros por lá; em 2020, sedia a Expo Internacional.
Na capital do entretenimento dos Emirados Árabes só para esnobar mesmo em um item: táxis (combustível é barato por lá, claro). Por isso, me esbaldei. Fiz corridas longas, cruzando toda a cidade, por meros 10 euros (R$ 35), que correspondem a 43 dirrans (moeda local). Táxi caro só paguei na volta, do aeroporto de São Gonçalo do Amarante até minha casa, no Sanvale. Aí deu saudade de Dubai…
Detalhe: a cidade está virando ponto de partida para cruzeiros no Golfo Pérsico. Aí vale a pena, já que dá para conhecer vários destino na mesma viagem. A Costa Cruzeiros já navega por lá de dezembro a fevereiro há vários anos. Neste ano, o navio MSC Orchestra fez sua estréia no mar das Arábias. O roteiro inclui Abu Dhabi e Khor al Fakkan, nos Emirados Árabes; e Muscat e Khasab, em Omã.
O cruzeiro, de uma semana, dá uma visão mais abrangente desta vida muçulmana que margeia férteis campos petrolíferos. Imaginem que o navio passa até pelo Estreito de Ormuz, administrado por Omã e Irã e objeto de várias guerras na região. Enfim, um mundo diferente que vale a pena conhecer, refletir, analisar, comparar e, claro, se enriquecer culturalmente.