27 de abril de 2024
Turismo

Embratur alerta: Brasil pode passar de primeiro a terceiro na América do Sul em fluxo de turistas

Ao contrário do que fazem Argentina (investiu anualmente cerca de US$ 80 milhões), Colômbia (US$ 100 milhões) ou Peru (US$ 95 milhões), sobrou para a Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) no ano passado menos de US$ 20 milhões para promoção internacional (campanhas de mídia, feiras, press trip, entre outras ações).

O presidente do Instituto, Vinicius Lummertz (foto), acredita que a transformação do modelo atual de gestão (uma autarquia) para um serviço social autônomo (uma agência, nos moldes da Apex e do Sebrae) é a saída para que a Embratur retome capacidade de investimentos para enfrentar essa forte concorrência dos países vizinhos.

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O governo, em geral, está apostando na aprovação do projeto de lei (PL 2724/2015) que propõe esta mudança e que já está na Câmara dos Deputados, pronto para ser votado. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, encaminhou o projeto ao plenário para votação do regime de urgência e posterior votação do mérito.

Ainda nesta semana, o governo da Colômbia anunciou que o país ultrapassou os 6,5 milhões de visitantes internacionais em 2017. É o mesmo patamar do Brasil em 2016, ano dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Os dados oficiais das chegadas de 2017 ainda não foram disponibilizados pelo Ministério do Turismo.

“Todos esses países apresentam fluxos turísticos internacionais sólidos e crescentes. Nós estamos patinando na faixa dos 6,6 milhões de turistas internacionais anuais há um bom tempo”, destaca o presidente da Embatur.

Os argentinos também estão chegando. O ano de 2017 foi de recorde para o turismo dos “hermanos”. Foram 2,6 milhões de turistas internacionais apenas nos aeroportos, um crescimento de quase 8%, comparado ao ano anterior. A estimativa total é de mais de 6,6 milhões de visitantes na Argentina.

Portanto, de uma posição de país líder em turismo na América do Sul, o Brasil pode passar a um terceiro lugar no ranking, ainda este ano. O Peru, outro forte concorrente do Brasil, está chegando na casa dos 4 milhões de turistas estrangeiros, com crescimento de 30% em menos de uma década.

“O que todos estes destinos têm em comum? Investimentos pesados na divulgação do turismo. Só com a mudança do modelo de gestão da Embratur será possível aumentarmos o investimento no setor. Essa é uma forma de descolar do enxuto orçamento repassado pela União, e assim buscar a retomada da liderança”, afirmou Lummertz.

O presidente da Embratur fez um apelo a deputados e senadores no sentido de se empenharem pela aprovação da transformação do Instituto, bem como pela nova Lei Geral do Turismo e pela abertura de capital das empresas de transporte