8 de maio de 2024
Turismo

Palestra de Ricardo Amorim foi o ponto alto da Abav Expo

Edmar Bull, presidente da Abav Nacional; Cláudia Sender, CEO da Latam; o palestrante Ricardo Amorim; e Magda Nasser, presidente da Braztoa
Edmar Bull, presidente da Abav Nacional; Cláudia Sender, CEO da Latam; o palestrante Ricardo Amorim; e Magda Nasser, presidente da Braztoa

A 44ª Abav – Expo Internacional de Turismo e o 46º Encontro Comercial Braztoa, que se encerram nesta sexta-feira (30) em São Paulo, tiveram um momento especial: a apresentação do economista Ricardo Amorim, que abordou o tema “Por que e como a economia deve melhorar e surpreender a partir de 2016?”.

Antes da exposição de Amorim, a CEO da Latam, Claudia Sender, fez um breve demonstrativo institucional do grupo, em que pontuou desafios, renascimento da esperança e expectativa de recuperação da confiança no Brasil. Mas não comentou nada sobre a possibilidade de o Nordeste ter, em breve, um hub da empresa.

“Como Claudia (Sender) acabou de dizer, vocês, profissionais da indústria turística, vendem sonhos. E para que esse objetivo seja alcançado, é crucial ver e enxergar coisas que os outros não estão vendo”, sustentou Amorim no início da sua apresentação.

Partindo da premissa de que “a vida é cíclica”, lembou que, nos últimos 15 anos, “de cada dólar gerado na economia mundial, U$ 0,73 provém dos países em desenvolvimento”. Com base em tabelas e gráficos, Amorim apontou que os ciclos na economia têm duração variável de três a oito anos. “Assim como uma aeronave precisa de combustível para voar, a economia não decola sem confiança”.

Entre análises sucintas e previsões otimistas, Amorim encadeou leituras de tendência do tipo “o dólar deve chegar a R$ 2.6”; “os juros e a inflação vão cair”; “o consumo vai voltar a explodir” – sempre com base na análise dos ciclos econômicos. Também observou que os regimes políticos caem quando o PIB despenca.

“Acreditem: estamos entrando em novo ciclo de melhora, mas é indispensável que Michel Temer corte gastos do governo. É preciso estabelecer teto para os gastos e, também, lidar com a reforma da Previdência. Isso nos levará a novo círculo virtuoso”.

Em tom crítico, afirma que, na busca pelo sucesso, a despeito de o mundo viver a maior geração de riquezas da história da humanidade, só se fala em crise. Trazendo o conteúdo da palestra para o interesse específico da plateia, lembrou o grupo Titãs na letra improvisada “a gente não quer só comida – a gente quer comida, educação e lazer”.

Em seguida, afirmou que tudo pode ser olhado de forma diferente. “Estão aí os exemplos do Uber e do Airbnb. Vejam o caso dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. A expectativa era tão ruim que, apesar de alguns incidentes, o evento foi percebido como um sucesso”.

Amorim finalizou a palestra em alto estilo: “Ninguém gosta de crise, mas ela é fundamental. Procurem refletir sobre o que a crise pode criar para vocês. Em quaisquer circunstâncias e avanços da inovação, a chave sempre envolve gente. Ah! Isso é fundamental! Nunca desperdice uma boa crise”.