Um rápido passeio por Nuremberg, na Baviera
Nuremberg, a capital secreta de vários impérios, é uma relíquia da Baviera. Foi fundamental ao Sacro Império Romano, do século X a 1805, assim como palco de muitas batalhas religiosas, das quais a chamada guerra de 30 anos (1620-1648), primeira grande catástrofe da Europa, foi a mais marcante. Imaginem que a população de Nuremberg, à época, reunia cerca de 50 mil pessoas. Com a guerra, mais da metade da população (cerca de 30 mil) morreu, devido à própria luta ou a doença.
Com população em torno de 500 mil habitantes (a metade de Natal), Nuremberg é uma cidade imponente. Fora de sua parte murada, é desenvolvida. Moderna. Tem cara de cidade grande. Já no núcleo histórico, a reconstrução manteve (ou tentou manter) os traços originais de uma arquitetura rica em detalhes. O provincianismo está na porta das casas. No ir-e-vir sem pressa, nas bicicletas que trafegam sem incomodar. Dois rótulos importantes da cidade: é sede da megaempresa Faber Castel (quem não já desenhou com esses lápis?) e foi palco do julgamento dos nazistas.
O turismo por lá rola mesmo é na “cidade murada”, com cinco quilômetros de muro e seis portas de entrada. Tem igrejas, mosteiros, um castelo e vários bares e restaurantes. Um rio divide o roteiro histórico e relembra o bairro judeu, que já foi ribeirinho, por ser “mal localizado” à época, mas acabou “empurrado” pelos alemães nos áureos tempos de desenvolvimento. Morar perto do rio passou a ser de extrema valia, com a expansão da cidade. E os judeus acabaram expulsos. Muitos fugiram. Cerca de 500 foram assassinados.
Dois rótulos importantes da cidade: é sede da megaempresa Faber Castel (quem não já desenhou com esses lápis?) e foi palco do julgamento dos nazistas. Hitler já morou em Nuremberg, porém viveu a maior parte do tempo entre Munique e Berlim. A cidade foi escolhida para o julgamento que ecoou pelo mundo devido ao amplo Palácio de Justiça que dispunha à época. Viu, Natal, a importância de locais amplos e adequados para captar eventos de grande porte?
A salsicha de Nuremberg é outro orgulho local. Diferencia-se de outras do gênero na própria Alemanha. Leva uma erva verde que lhe modifica o sabor. A cerveja de Nuremberg, dizem, também tem fermentação diferenciada. É outro motivo de vaidade deles. Na salsicha dá para notar diferença facilmente, embora o teor e o próprio sabor sejam duvidosos. Já na cerveja, sinceramente, é difícil fazer correlações. As alemães, em geral, são muito boas, encorpadas, à exceção – para o meu gosto e dos brasileiros em geral – das que se baseiam no trigo.