Congresso e STF tem aversão a Moro por reflexo de Bolsonaro
A Coluna do Estadão desta segunda (27) trás uma análise interessante sobre a barreira encontrada hoje pelo ex-ministro Sérgio Moro entre parte dos integrantes do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. Realmente, Moro se encontra no meio a esse turbilhão provocado pelas acusações lançadas no pronunciamento de despedida do cargo.
O bolsonarista raiz chama o ex-juiz Criminal de traidor, já os esquerdistas não esquecem que ele foi o principal articulador da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No caso do STF, o colunista diz que “há pelo menos meia dúzia de ministros que não gostariam de dar a Moro, o ex-juiz da Lava Jato, o gosto de derrubar Bolsonaro e ganhar ainda mais projeção, seja para chegar ao Planalto ou adentrar a Corte”.
Coluna do Estadão – Estadão
Se encontrou forte apoio em parcela expressiva da sociedade, o pronunciamento de Sérgio Moro ao deixar o governo não foi suficiente para amolecer corações desde sempre arredios ao ex-juiz no Legislativo e no Judiciário. Um experiente líder político avalia ser essa aversão a Moro, em linhas gerais, um ativo de Jair Bolsonaro na luta contra eventual processo de impeachment a partir das acusações do ex-ministro e com o que se sabe até aqui. Assim, enquanto as investigações não avançam, o Planalto ganha tempo para buscar amparo no Congresso.
Por motivo… A relação da esquerda com Moro ainda é de ódio. É difícil imaginar parte da oposição apoiando com fervor uma ação capitaneado pelo ex-ministro.
…de Lula. As posições conservadoras de Moro e a prisão de Lula repelem a aproximação. Como ainda tem a simpatia de parte significativa do Centrão (deve ampliá-la, inclusive), dos evangélicos e do futuro Aliança, Bolsonaro, por baixo, teria hoje uns 200 votos para barrar o impeachment.
Futuro. A questão é: não há votação de impeachment marcada para hoje, lembra um líder. Ou seja, as investigações têm de avançar e contar com a disposição do MPF e do Judiciário.
Xi… No Supremo, há ao menos meia dúzia de ministros que não gostariam de dar a Moro, o ex-juiz da Lava Jato, o gosto de derrubar Bolsonaro e ganhar ainda mais projeção, seja para chegar ao Planalto ou adentrar a Corte. Na PGR, Augusto Aras até agora não deixou clara sua linha de atuação.
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