CORRUPÇÃO PANDÊMICA
O coronavírus está devastando a América Latina junto com uma onda de corrupção que varre a região.
Fonte: The New York Tines.
Por Natalie Kitroeff e Mitra Taj 20 de junho de 2020.
De todos os esquemas que extraíram recursos de países latino-americanos que combatem o coronavírus, a conspiração para lucros com bolsas para cadáveres pode ser a mais descarada.
No mês passado, promotores do Equador anunciaram que identificaram um círculo criminoso em conspiração com autoridades de saúde para ganhar um contrato de venda de envólucros para mortos a 13 vezes o preço real.
Um dos homens envolvidos, Daniel Salcedo, fugiu do Equador em um pequeno avião que caiu no Peru. Salcedo agora está se recuperando, sob a custódia da polícia do Equador.
Mesmo quando a América Latina emergiu como epicentro da pandemia, com mortes e infecção em alta, os esforços para conter a crise foram prejudicados por uma ladainha de escândalos de corrupção.
Dezenas de funcionários públicos e empreendedores locais são acusados de explorar a crise para enriquecimento pessoal, vendendo influência a hospitais e governos que majoram preços de suprimentos médicos, incluindo máscaras, desinfetante e ventiladores.
Alguns dos equipamentos eram tão falhos que se tornaram inúteis – e podem ter contribuído ainda mais para agravamento da doença e mortes.
“As pessoas estão morrendo nas ruas porque o sistema hospitalar entrou em colapso”, disse Diana Salazar, procuradora-geral do Equador. “Para lucrar com a dor dos outros, com todas essas pessoas que estão perdendo seus entes queridos, é imoral.”
As investigações sobre fraudes atingiram os mais altos níveis do governo. O ex-ministro da Saúde da Bolívia está em prisão domiciliar aguardando julgamento por acusações de corrupção, depois que o ministério pagou um milhão de dólares a mais do que o preço normal de 170 ventiladores que nem funcionaram corretamente.
No Brasil, que tem o segundo maior número de mortes por coronavírus após os Estados Unidos – e na sexta-feira ultrapassou um milhão de casos relatados – funcionários do governo em pelo menos sete estados estão sob investigação sob suspeita de uso indevido de mais de 200 milhões de dólares de dinheiro público durante a crise.
Na Colômbia, são investigados relatos de que mais de 100 doadores de campanhas políticas receberam contratos lucrativos para fornecer suprimentos de emergência durante a pandemia.
O chefe de polícia e o ministro do Interior do Peru renunciaram depois que seus subordinados compraram desinfetante diluído e máscaras faciais frágeis para policiais, que então começaram a morrer de infecções pelo vírus a taxas alarmantes.
Os promotores estão investigando as ligações entre policiais e fornecedores do equipamento para determinar se eles conspiraram para fraudar o governo.
TL comenta:
O RN participa nesta estória com quase 5 milhões de reais, entregues ao Consórcio Nordeste como pagamento antecipado por respiradores para UTIs que ainda estão sendo esperados.