27 de abril de 2024
Nota

Jean Paul Prates sobre Abreu e Lima: “É uma refinaria de cem anos, para depois que o petróleo acabar”

A visita do presidente Lula à Refinaria de Abreu e Lima em Pernambuco foi política, polêmica e rende discurso para aliados e oposição em igual proporção.

Não só pelos números expressivos- R$ 6 a R$ 8 Bi – , mas por todo enredo; Lava Jato, corrupção, Venezuela, perspectiva de empregos, obra paralisada há quase dez anos…

As obras da Abreu e Lima foram paralisadas em 2015, após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Até o momento, a Petrobras já gastou no projeto cerca de US$ 18 bilhões (R$ 90 bilhões, pela cotação atual).

O valor final estimado representa quase dez vezes o orçamento original, de US$ 2,4 bilhões (R$ 12 bilhões).

JEAN PAUL; DEFENSOR DO SUPER INVESTMENTO 

Lá no palanque, além das autoridades locais, um risonho presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

Prates defendeu o investimento dizendo que a refinaria terá receita equivalente ao seu custo no primeiro ano de operação completa, o que é previsto para 2028. A empresa diz que o projeto é viável e terá margem de lucro positiva.

A retomada das obras começa pela ampliação da capacidade da primeira unidade da refinaria, que foi inaugurada em 2014. Esse contrato já foi assinado com a construtora Engecampo, no valor de R$ 91,7 milhões.

Prates disse que a refinaria processará diesel com o uso também de insumos vegetais, tecnologia que vem sendo testada pela estatal em outras refinarias. Por isso, afirmou, resistirá para além da era dos combustíveis fósseis, cada vez mais sob pressão diante da emergência climática.

“Essa é uma refinaria de cem anos, é uma refinaria para depois que o petróleo acabar”, disse. “Isso aqui não faz combustível fóssil, faz energia líquida. Hoje, o mais acessível para a população e o que menos dá trabalho para produzir é o hidrocarboneto, mas vai produzir hidrogênio, vai produzir diesel renovável.”

Nesta quinta, Lula lembrou as conversas com Hugo Chávez à época.

“Chávez era uma das pessoas mais entusiasmadas do mundo, nunca dizia não. Sempre dizia sim, mesmo que depois não fosse fazer.” A saída da Venezuela do negócio, afirmou, acabou sendo benéfica, ao reduzir o investimento.

Fonte: Folha de São Paulo

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