2 de maio de 2024
Turismo

Conheça a casa-museu de Pablo Neruda em Isla Negra, onde o poeta “confessa que viveu”

Foto de Antonio Roberto Rocha

O terraço da casa, os sinos, o mar
O terraço da casa, os sinos, o mar

SANTIAGO – Pablo Neruda tem três casas bem preservadas no Chile: La Chascona (nome em homenagem à terceira esposa, Matilde Urrutia, a “cabeluda”), em Santiago; La Sebastiana, em Valparaíso; e o museu-casa, o mais abrangente dos três, em Isla Negra, a 120 quilômetros da capital chilena. Trata-se de um local de rara magia, onde o poeta “confessou que viveu”.

Em Isla Negra ele viveu de 1939 até a morte, em 1973. Logicamente, houve exílios e viagens neste período. O acervo de pouco mais de três mil peças abrange das “mascarones” (um tipo de estátua que decorava as embarcações antigas), pedrinhas e conchinhas a até mesmo coleções de óculos e chapéus.

Para nós, brasileiros, é importante ver as garrafinhas de areia coloridas. Seriam do Rio Grande do Norte? Creio que não. Trata-se de um presente de Jorge Amado. Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Chico Buarque e Thiago de Mello (tradutor de Neruda no Brasil) foram outros amigos “mais chegados” do chileno.

Todos os cômodos do “retiro literário” de Pablo Neruda têm janela para o Pacífico. O quarto e a cama onde dormia com Mercedes estão lá, assim como a mesa onde escrevia seus poemas e livros. A sala tinha uma atmosfera marinha para receber os amigos. Aliás, mesmo sem ter intimidade com o mar, o poeta cultuou os oceanos em quase todos os ambientes.

A casa de Isla Negra, para quem não lembra, serviu de inspiração para o premiado filme “O Carteiro e o Poeta”, de 1994. A história mostra a amizade entre o poeta chileno, exilado numa ilha italiana, e um jovem desempregado e semianalfabeto, que desejava aprender a fazer poesia para conquistar sua amada Beatrice.