5 de maio de 2024
Turismo

Secretário de Turismo de Galinhos: “Aqui não se mora, aqui se vive”

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Confira abaixo a entrevista com o turismólogo Saulo Leão (foto), secretário de Turismo de Galinhos, publicada em nossa coluna desta sexta-feira na versão impressa da TRIBUNA DO NORTE.

Ele desenvolve um trabalho reconhecido (e cuidadoso) no município há cerca de quatro anos. Houve uma interrupção de seis meses no ano passado, por ele ter se candidatado nas eleições, mas a pasta ficou “em casa”. Assumiu a também turismóloga Jaciana Leão, esposa de Saulo.

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Mas, afinal, o que mudou no turismo de Galinhos, que viveu seu apogeu de agosto do ano passado a março deste ano, quando esteve aberto aos turistas? O destino virou moda? É tendência efêmera do turismo interno ou emplacou de vez? E como equilibrar desenvolvimento e preservação num território arenoso, ventilado, simples e por isso mesmo convidativo?

Na verdade já é um destino badalado, porém com forte identidade e sem griffe. É turismo raiz. A simplicidade dá o tom por lá. É majestosa. Quem encara, se esbalda, Quem ainda não pisou naquela areia de rara magia, deve estar se programando para quando a pandemia passar, convenhamos…

No bate-papo abaixo, Saulo Leão aborda o difícil e delicado desafio de inserir Galinhos na mídia e no mercado, sem contudo perder o charme que emana de sua própria simplicidade. Um fato é inquestionável e serve de parâmetro para os turistas: Menos é mais na península-paraíso.

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Galinhos fechou para o turismo em março deste ano?

Já fechamos de março a agosto do ano passado e também seguimos à risca o decreto estadual de março deste ano. Acrescentamos até alguns detalhes, visando mais controle. A geografia nos permite bloquear a entrada de visitantes, com barreiras. Além do toque de recolher nos domingos, antecipamos essa medida preventiva para os sábados até o final de semana passado. A partir de agora o toque de recolher será só aos domingos. 

Pousadas e restaurantes estão funcionando?

As pousadas e restaurantes não fecharam, pois recebem funcionários da eólica. Mas só reabrimos para o turismo no último dia 6.

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Quantos meios de hospedagem e restaurantes Galinhos possui?

Temos 19 pousadas e nove restaurantes, além de 19 trailers em Galinhos e Galos. São 490 leitos e capacidade máxima de 300 pessoas nos restaurantes.

Quantos óbitos por Covid Galinhos registrou?

Apenas um óbito por Covid, recentemente. 

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Para Galinhos despontar, houve um trabalho de captação e promoções no mercado. Qual foi a principal ação de marketing?

Quando abrimos em agosto dp amo passado fizemos ações junto à Abav e tivemos resultados muito positivos. Os agentes de viagem de Natal conheceram o produto e passaram a vender mais o destino. A mídia também foi muito importante. Viramos notícia.

E a biossegurança?

Os cursos de biossegurança do Senac e do Sebrae foram muito valorizados por aqui, porém vale lembrar que há ex-pescadores que viraram pequenos empresários e alguns deles não têm acesso à internet. Não sabem como participar de cursos on-line. 

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Como a informação chegou até eles, então?

Dividimos os segmentos em charretes, buggys, barcos, pousadas e restaurantes. Em alguns casos, aplicamos pessoalmente a capacitação. Foi a antiga secretária, Jaciana Leão, quem cuidou disso e visitou os pequenos investidores para relatar detalhadamente as medidas de prevenção necessárias.

O visitante bate-e-volta é bem vindo a Galinhos?

Sim, claro. O turista de fim de semana gira a roda das pousadas. O visitante de um dia incrementa os passeios, consome também. Os dois turistas são importantes. Não adianta, porém, receber uma carga maior e não podermos atender. Temos um diálogo muito bom com as empresas de receptivo de Natal. Elas sempre informam com antecedência quantos turistas irão enviar, para podermos nos preparar.

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Próximos passos?

Queremos entrar no Del Turismo do Senac RN. Estamos muito atentos à capacitação. Pretendemos também participar de feiras de turismo dentro e fora do estado. E queremos nos aproximar mais dos municípios de Guamaré, Caiçara e São Bento do Norte. O protagonismo de Galinhos pode ajudar os visitantes a chegeram aos produtos deles. A regionalização começa por aí.  

Houve interesse em um grande empreendimento no lado continental de Galinhos. Poderá se efetivar?

Fomos procurados por um empreendedor para a possibilidade de construir um condomínio na área continental. Mas já temos nosso plano diretor. Temos lei municipal, com orientação sobre ocupação geográfica. O nosso plano diretor foi feito para proteger e não para abrir oportunidades maiores de investimento. Quem chegar é sempre bem vindo, desde que se adapte ao nosso modo de viver. Em Galinhos, aliás, não se mora. Em Galinhos se vive…