Gerente da Infraero dá todos os detalhes do Aeroporto de São Gonçalo

O gerente de Empreendimentos da Infraero, engenheiro civil Ibernon Martins Gomes, responsável pelas obras do aeroporto de São Gonçalo, informou à governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, que o aeroporto de São Gonçalo do Amarante está dentro do cronograma.
“Já estamos na última camada de asfalto da pista de pouso e decolagem. A pista de taxiamento e o pátio de aeronaves também estão em execução e com prazo de entrega para 2013″, garantiu Martins Gomes.
Ele disse ainda que não existem problemas ambientais. ” Todas as licenças ambientais estão em dia, aprovadas, e na minha mão, caso isso necessite ser comprovado”, ressaltou.
Cerca de R$ 150 milhões já foram investido na obra, e outros R$ 85 milhões serão investidos neste semestre. Mas não há verbas complementares disponíveis para tocar a obra.
De acordo com a governadora, a questão das concessões e captação de recursos junto ao Governo Federal será um dos assuntos que ela levará para a reunião de governadores do Nordeste com a presidenta Dilma Roussef, em Aracaju, no próximo dia 11.
Ibernon Gomes lembrou que as condições de temperatura, altitude e localização são consideradas ótimas para a instalação do aeroporto na região. Além do mais, o novo equipamento desafogaria a crescente demanda do Aeroporto Internacional Augusto Severo, também na Grande Natal.
Segundo o gerente da Infraero, o transporte de carga aérea também será fundamental para o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante.
“O RN está perdendo no transporte de cargas, principalmente frutas e pescado, e sobretudo para Pernambuco, porque o Augusto Severo não conta com uma estrutura de porões adequada para que seja feito o manejo correto”, disse.
O tipo de modelagem que está sendo preparada para o Aeroporto Internacional de São Gonçalo, ainda de acordo com o engenheiro da Infraero, é de uma cidade aeroportuária, uma “aerotrópolis”.
Por se tratar de um equipamento urbano que traz desenvolvimento e também preocupações, o entorno da área deverá ser integrado com o projeto, para evitar problemas, como os apresentados pelo aeroporto de Congonhas, que atualmente só opera até a meia-noite.
O engenheiro da Infraero também destacou a vantagem logística do Aeroporto Internacional de São Gonçalo:  “A distância do RN para Europa e Ásia pode representar uma economia de até 30% de combustível, o que nos deixa em grande vantagem para operarmos em longas viagens sem a necessidade de escalas para abastecer”.
O Aeroporto de São Gonçalo do Amarante pode vir a ser um hub no Nordeste. “Vamos receber aviões de grande porte, como Boeing 747-400 e as aeronaves da linha DC10 e MD11, asim como o Airbus modelo A380, capaz de transportar até 845 passageiros. São 60 metros de pista para atender os pousos e decolagens e sete metros e meio de cada lado de acostamento, além de pátio para aeronaves”, observa Martins Gomes.
O único entrave que o projeto do Aeroporto de São Gonçalo enfrentava até agora, conforme o representante da Infraero, era a falta de articulação do governo. Os empecilhos apontados foram de caráter operacional: faltam vias de acesso ao aeroporto e o trajeto fica praticamente inviabilizado quando chove.
Temos que prever a entrada e saída não apenas de passageiros, mas também de cargas, disse Ibernon. “Outro problema enfrentado é a oferta de energia elétrica. Estamos funcionando como energia rural, mas precisaremos de três megawatts de energia elétrica para a estrutura do aeroporto. Já estamos com o estudo pronto para captação de energia eólica. Estudamos por dois anos as condições e temos carga eólica por 12 meses ao ano. Isso beneficia não só o aeroporto, mas também todo o entorno.”
A oferta de água também precisa ser melhorada. “Precisaremos de 1 milhão e 500 mil litros de água por dia. Serão 28,56 litros por segundo de esgoto sanitário, produzido. A resolução desses problemas viabilizaria também o projeto da ZPE (Zona de Processamento de Exportações)”, ressaltou.
O governo também deve ajudar, segundo o gerente da Infraero, na resolução de problemas como os abatedouros clandestinos, vazadouros, lixões, aterros e outras atividades danosas ao meio ambiente e à atividade da aviação. “Fizemos as notificações, mas por enquanto não registramos avanços”, comentou Ibernon.