27 de abril de 2024
Memória

LA NAVE VA

Lá vem a nau catarineta que tem muito que contar (1943) – José de Almada Negreiros – Painel na Gare Marítma de Almada, Lisboa


A folhinha avisa que chegou o tempo de  parar um pouco.

Fazer contas, somar trezentos e sessenta e cinco  dias mais um (do ano bissexto), descontar as faltas, rever o tempo passado e apurar o resultado.

Há cinco anos este Território Livre começava a jornada para reconquistar o espaço antes delimitado somente por Laurita.

Ela sempre no comando, guiada por novos instrumentos de navegação, seguindo o farol Carratu até sair da barra e navegar em oceano aberto.

Era tempo de juntar a nau catarineta a uma frota maior.

Foi assim que chegamos ao conhecido, velho e sempre renovado Mar da Tribuna do Norte.

Nosso porto de atracação.

A comandante e chefe, um velho lobo do mar e dois aprendizes-marinheiros.

Cada um a seu jeito, somando interessados em fazer hábito de leitura, com a visão que têm do mundo.

No inventário dos bens e recursos, no Departamento de Assuntos Imponderáveis  que compete a este  concedente analisar, registre-se que a única ferramenta utilizada é adequada para o serviço que vem sendo realizado.

O iPhone em que pese, ter aparecido no mercado, modelo mais moderno, não mostra sinais que precise reposição, se bem que vai demandar aumento da área de estocagem.

Dê-lhe um ponto de Wi-Fi que o mundo será levantado e os assuntos gerais, garimpados aleatoriamente. E lapidados.

O  Word Press, editor de textos com infinitos recursos, cada vez mais bem  explorado.

Especial registro para sua capacidade de resposta imediata às solicitações das correções dos erros gramaticais mais comuns, aceitáveis  e dos ortográficos, crassos. Abomináveis.

Entre os bens intangíveis, a memória.
Apesar de pontuais, provectas e perdoáveis falhas, tem sido fornecedora prestativa e eficiente.

Que se aponte, a ajuda de amigos e familiares, sem a qual o que se busca nas prateleiras das antigas lembranças, não seriam precisas nem tão ricas em detalhes.

Os parceiros que têm produzido substancial parte da matéria prima utilizada, merecem reconhecimento. E sinceros agradecimentos.   

Aos netos que alegram a alma, prolongam os derradeiros dias e vivem estórias deliciosas, aqui reproduzidas.

Somos gratos aos que estiveram em evidência na mídia, principalmente à classe política.

Na contagem física e nos cálculos por amostragem, os excelentíssimos senhores Presidentes da República e a não menos excelentíssima senhorita Governadora do Estado foram os que mais contribuíram com nossa pauta de exportação de ironias.

Não poderíamos omitir as contribuições dos queridos ministros de estimação.

Os passados Weintraub, Salles e Guedes.

Os atuais, em número multiplicado, bem representados por Luiz Marinho, Paulo Pimenta e Fernando Haddad.

Destaque mais que especial neste Dia Internacional da Mulher, à senadora Damares Alves, substituída à altura pele ministre Anielle Franco.

Ao cabo, registro afetuoso aos três ou quatro leitores cativos (eles existem de verdade e o número quase exato é este mesmo) que diariamente compartilham esses textículos com seus seguidores nas redes sociais.

Navegar é preciso.

A todos declaramos nosso desejo e compromisso de seguir na viagem.

Que continue sendo na sua honrosa companhia e na de quem mais embarcar.

 

Autorretrato num grupo (1925) – José de Almada Negreiros – Pintura para o café ”A Brasileira” do Chiado, Lisboa

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