4 de maio de 2024
MemóriaPolítica

VICE É VICE

Dom Quixote (1955) – Pablo Picasso – Museu Picasso, Barcelona

 

Não precisa ser cientista político, analista, blogueiro patrocinado, nem ao menos crente ortodoxo em pesquisas, para saber: se as eleições fossem no próximo domingo, quem seria reeleita governadora desta sesmaria lulopetista.

Também, que o resultado da apuração não vai ser mais por WO, como parecia até o último mês de pagamento dos salários atrasados.

Pelas primeiras convenções partidárias, não restam dúvidas que desta vez, o  povo será apenas um detalhe.

As festas para apresentação dos candidatos, agora  são marcadas para lugares tão desconhecidos, que o mais experiente carteiro não consegue encontrar.

O que não mudou foi o preparo dos  vices, temperados com as mesmas especiarias que os velhos cozinheiros do poder nunca esquecem como usar.

As lembranças do  ex-vereador e deputado, historiador e memorialista inéditos, Leonardo Arruda, já contadas neste território livre de votos indecisos, de alguns substitutos constitucionais que deram certo, ou não, são premonitórias.

Ele próprio, por pouco não foi vice da prefeita Maria de Fátima Bezerra, no ano 2000.

E filho de senador, em 1962.

Seu pai, deputado estadual suplente, no tempo que quase  todos viravam titulares, pleiteou o lugar de estepe, na chapa ao Senado,  do Majó Theodorico Bezerra.

Insinuou até que poderia comparecer com algum já que havia recebido  uma grana preta da distribuição de dividendos da factoring do sogro rico, Totô Jacintho.

Para ser eleito no acordão com  a UDN, o Imperador do Sertão e Rei do PSD lançou o Monsenhor Walfredo Gurgel, para a adrede derrotada segunda vaga.

Os russos de Caicó combinaram outra tática, e elegeram os seridoense, Dinarte Mariz e o padre azarão.

Quatro anos depois, o clérigo se afasta da ante-sala do céu para conquistar o governo do estado.

Lauro Arruda que não aceitou o prêmio de consolação embaixo da saia do sacerdote, viu assumir o invejado cargo na capital  que tanto enaltecia, o Dr. Manoel Vilaça, médico há muito afastado da política potiguar, mas com estratégica posição de guia de conterrâneos pelos labirintos das verbas do Ministério da Saúde.

Agnelo Alves ao ser eleito suplente do sobrinho do senhor das terras de Irapuru & Tangará,  vaticinou:

-Fernando Bezerra terá que escolher entre duas moradas: ministério ou cemitério.

Fez do Senado, seu trampolim para outras vitórias.

O ex-deputado João Faustino suplente do Senador Garibaldi Alves resolveu trocar de Vasco da Gama.

Achava que o outro pré-eleito, José Agripino, tinha mais chances de ser ministro e abrir a vaga existente.

Perdeu com José Serra, e outro  médico,  Paulo Davim, que já anunciara, penduraria as chuteiras de deputado estadual por escassez de votos, por quatro anos, foi esquentar  a cadeira de quem não levava jeito nem tinha pinta de ministro de Dona Dilma.

Se liga, Waltinho!

Dom Quixote e Sancho Pança (1937) – Pablo Picasso – MoMa, Museu de Arte Moderna de Nova Iorque

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