Veluma impacta como ícone da coleção Atelier Chilaze contra intolerância relacionada à idade
POR AUGUSTO BEZERRIL
@augustobezerril
O tempo gira, o tempo e lança luz sobre nomes icônicos. Veluma, modelo e diva dos anos 70, é imagem da grife da coleção “Moiras”, que foca no combate ao etarismo – intolerância relacionada à idade. Para isso, a diretora de estilo Claudia Chilaze convocou um trio de modelos de idades diversas para posar para o shooting da nova fornada de peças: Nayara Piaro, 24, Monica Moura, 54, e quem? Veluma, 68, maravilhosa. São três negras de postura empoderadíssima, cada qual ao seu jeito. “Escolhemos tops negras porque a questão da inclusão racial está em evidência. Então, é perfeita para chamar atenção para esse assunto tão urgente quanto, mas que acaba ficando em segundo plano. O preconceito contra a idade é cruel e não corresponde nem aos avanços sociais que chancelam uma agenda global mais justa, nem à realidade de mercado, uma vez que a população planetária envelhece a passos largos. É inaceitável que ainda exista esse tipo de resistência“, comenta Claudia.
MARAVILHOSA
Se o mundo reverencia o retorno das supermodelos tal Veruska e Cindy Crawford. A carioca Atelier Chilaze mostra todo esplendor de Veluma. Sim, estamos falando de um ícone, uma lenda: durante muitos anos, Veluma foi a única negra a se destacar na geração que incluía de Monique Evans a Fátima Muniz Freire, passando por Isis de Oliveira. O que mais impacta? A supermodelo, assim como todo squad, traduz o estilo da grife carioca de acessórios. O nome da coleção, “Moiras” (Parcas, na designação romana), alude às três irmãs filhas dos deuses Zeus e Têmis, de idades diferentes e responsáveis pelo destino da humanidade: a novinha Cloto tece o fio da vida; a madura Láquesis embaralha os fios, fazendo com que nossas existências se entrelacem; e a anciã Atropos corta o fio, estabelecendo a morte.
Foto Divulgação / Deyse Krieger