A importância histórica de Valparaíso para a América do Sul
SANTIAGO – Quando conheci Valparaíso, no Chile, há mais de dez anos, achei uma cidade pouco interessante. Realmente, o esplendor ainda não é seu forte, apesar de tombada pela Unesco como Patrimônio Mundial da Humanidade.
Mas há uma História expressiva nas ladeiras de Valparaíso que agora, finalmente, consegui valorizar. Seu porto, por exemplo, marcou época e ainda ajuda a pensar a América do Sul, como um todo.
A primeira capital do Chile, que no início da era 1.500, quando o Brasil engatinhava, já estava estabelecida e cobiçada, ostenta o fato de ter o primeiro Corpo de Bombeiros, a primeira Marinha e a primeira universidade da América do Sul .
Dada sua importância histórica, até hoje é sede do Congresso do Chile. Fica a duas horas de Santiago, em rodovia bem cuidada. Ao lado está a principal cidade litorânea do país: a badalada Vina del Mar, que pouco ou nada oferece além da vista para o Pacífico com muitas pedras e mar extremamente gelado.
Entre outras conquistas, Valparaíso se orgulha de ter recebido o poeta Pablo Neruda em um período de sua vida. A casa onde morou virou museu. Não tão visitado, porém, como a residência de Isla Negra ou mesmo a Chascona (alusão ao cabelo da namorada Matilde) no bairro Bellavista, em Santiago.
Há outras curiosidades em Valparaíso, onde 80% da população moram nos morros ao redor. Há muitos teleféricos (funiculares) para levar a população residente da cidade de 300 mil habitantes que também se orgulha do primeiro time de futebol do Chile: Wonders.
Outro ícone marcante de Valparaíso é o “Café com Pernas”, nome dado aos cabarés que tradicionalmente recebiam (e ainda recebem) marinheiros. As atendentes trajam vestidos, saias ou shorts tão curtos que as pernas sobressaem. Daí o nome. Vale tomar uma, hein?
